Canabidiol na mira da indústria e nas gôndolas

As duas maiores redes de farmácia dos Estados Unidos, CVS Pharmacy e Walgreens, anunciaram a venda de produtos à base de canabidiol (CBD), um dos princípios químicos da maconha. O portfólio inclui cremes, sprays tópicos, adesivos, loções e pomadas, que não contêm tetrahidrocanabidiol (THC), substância causadora da dependência química.

A Walgreens comercializará os produtos em 1.500 lojas, enquanto a CVS ofertará os itens em 800 pontos de venda. “Essa oferta está alinhada com nossos esforços para fornecer uma gama mais ampla de produtos e serviços de saúde e bem-estar”, ressalta Brian Faith, vice-presidente de comunicações corporativas da Walgreens. A CVS fechou um acordo de distribuição com a Curaleaf, que opera mais de 40 dispensários de maconha em 12 estados norte-americanos. As duas companhias ressaltaram que a venda desses produtos não contempla suplementos ou aditivos alimentares contendo CBD.

Canabidiol sintético

No Brasil, a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi acaba de receber autorização da Anvisa para produzir insumos farmacêuticos ativos (IFA’s) na fábrica de Toledo (PR). A estreia nesse segmento será com um produto pioneiro no mundo – o canabidiol sintético, que tem como principal vantagem seu alto grau de pureza, sem a presença de THC.

Para Eder Fernando Maffissoni, diretor-presidente da Prati-Donaduzzi, além do caráter inovador, a iniciativa visa a contornar o elevado custo de importação do extrato purificado da planta e garantir a disponibilidade do insumo. O objetivo é iniciar a produção industrial do canabidiol sintético e concluir o dossiê técnico do produto tão logo seja concedida a Autorização Especial para produção de insumos farmacêuticos ativos sujeitos a controle especial. “A entrada no novo mercado faz parte da estratégia da companhia, que em breve lançará o Myalo, indicado para o controle de crises de epilepsia refratária”, complementa.

A fase final de testes (Fase III) do medicamento à base de canabidiol, produzido a partir do extrato purificado da planta, já está em andamento e deverá ser concluída no segundo semestre de 2019, quando será submetido o pedido de registro na Anvisa.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico