Um pente-fino na concessão de remédios de alto custo para doenças raras identificou fraudes que podem alcançar R$ 60 milhões no Rio de Janeiro. Um falso positivo de um paciente com doença de Pompe, que sozinho causou prejuízo de R$ 648 mil, motivou a Especializada de Serviços de Saúde da Procuradoria-Geral do Estado a revisar usuários de outros medicamentos, inclusive os à base de canabidiol.
O que já encontraram assustou pelo volume. Dos 50 usuários de um remédio usado para a doença degenerativa macular (entre outras), por exemplo, 25 não precisavam — dano estimado de R$ 750 mil no último ano.
Para um dos medicamentos, cuja ampola custa R$ 2,5 mil, o grupo encontraramde trabalho formado por médicos e procuradores encontrou indícios de desperdício – os frascos, que poderiam ser usado por vários pacientes, estavam sendo usado por apenas um.
O esquema não poupou nem um tipo de leite indicado a crianças com graves alergias. Chamou a atenção da Procuradoria o fato de quase a totalidade das prescrições se restringirem a quatro unidades de saúde.
Com a intervenção, todos os pacientes já estão sendo reavaliados no recém-criado Pólo de Verificação, Dispensação e Aplicação, no Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Fonte: Estadão