Enquanto Anvisa não se decide, o mercado bilionário do Cannabusiness se organiza

O Hypeness colou na 22ª edição do Like The Future, intitulado Cannabusiness: um mercado bilionário. Promovido pela Lide Futuro, plataforma de conteúdo, experiência e networking para jovens lideranças. O evento propôs uma discussão que vem sendo bastante polemizada no Brasil: cannabis medicinal. A ideia do debate era destacar o potencial de mercado do composto da Cannabis sativa no Brasil e no mundo, o cannabidiol (CBD).

A roda de conversa, mediada pelo jornalista Tarso Araujo, contou com participação de Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa- Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Viviane Sedola, fundadora e CEO da plataforma Dr. Cannabis, José Bacellar, sócio-fundador da VerdeMed, Laís Macedo, CEO do LIDE Futuro, entre outros nomes.

O mercado da cannabis como remédio apresenta grande potencial de crescimento. Estudos indicam que até 2028 a América Latina vai movimentar cerca de US$ 12 bilhões. E pelo visto, teremos um longo trabalho para que as normas sejam aprovadas, mas o mercado está bastante otimista.

Conversamos com Viviane Sedola, CEO e fundadora da Dr. Cannabis, plataforma que informa e conecta pessoas a médicos que prescrevem e profissionais que produzem e revendem canabinoides de forma legal. Segundo a Viviane os “ânimos estão aflorados”, até que seja aprovado o cenário de regulamentação do cannabis medicinal.

“A consulta pública da Anvisa está aberta e agora a Alessandra Soares, que é diretora colegiada, confirmou que o objetivo é que saia até outubro essa regulação”, revelou.

Quem também demonstrou bastante otimismo foi Laís Macedo, CEO da LIDE Futuro. Laís falou sobre a importância do projeto para o mercado:

“A gente vê eventos como esse com muito entusiasmo. A LIDE Futuro é uma plataforma que reúne lideranças muito qualificadas, então se temos essa capacidade de trazer essa liderança para um mundo embate, ambiente de negócios, onde a gente vai poder perpetuar e multiplicar tudo que a gente traz nessa pauta. Então é hora de falar de canabusiness e trazer esse mercado para a pauta… E como o Brasil vai se posicionar? O mundo está dando passos largos para esse mercado, e a gente está onde?”, ressaltou.

Se você está se questionando se o uso medicinal da maconha já foi liberado no Brasil, saiba que sim! É uma realidade desde que a Anvisa autorizou o uso terapêutico de canabidiol, em janeiro de 2015. Desde então, mais de 78 mil unidades de produtos foram importados pelo país. Agora, a Anvisa pode aumentar o acesso à cannabis.

Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa, que participou da roda de conversa esclareceu os planos da agência para o Hypeness:

“A agência tem competência para tratar de medicamentos e produtos para saúde, além de outros que são sujeitos a inspeção sanitária. O que a Anvisa quer de fato, é cuidar para que esse assunto seja tratado da maneira mais respeitosa e cuidadosa possível. O que a gente precisa e deseja é garantir ao cidadão o acesso a medicamentos à base de cannabis. Mas que sejam seguros, eficazes e que tenham qualidade de fabricação garantida”, explicou Alessandra.

Além disso, Alessandra também falou sobre duas propostas de consulta pública da Anvisa e explicou qual foi foco da agência no evento.

“O papel da Anvisa nesse evento, foi esclarecer como a agência vem tratando esse assunto ao longo dos anos. Mas focar principalmente nas duas propostas de consulta pública até o dia 19 de agosto, sobre o registro de medicamentos à base de canabbis e cultivo no Brasil. Então, participamos do evento para esclarecer esses dois temas”, completou a diretora.

Cannabusiness também contou com investidores. Conversamos com Gabriel Ximenez, Mister Brasil, que também é sócio de uma empresa de investimentos.  Gabriel conta que está de olho no CDB:

“A gente acredita sim, que é um mercado milionário, principalmente aqui no Brasil onde hoje temos ainda mais certeza que esse produto pode ser produzido aqui pelo menor custo do mundo, estamos de olho nisso tudo e estou muito feliz no evento, foi incrível”, conta Gabriel.

Entre as empresas presentes e engajadas com stands no Cannabusiness, conhecemos a HempMeds™ Brasil, que está no mercado há cinco anos apoiando famílias que dependem do uso de canabidiol (CDB). A ideia da empresa é ir além da importação e ser a ponte que viabiliza o acesso ao CDB.

Durante a discussão, o Dr. Junior Gibelli,  diretor de Assuntos Médicos da HempMeds™ Brasil defendeu a importância do uso de medicamentos à base de canabidiol para pacientes acometidos por uma lista extensa de patologias que prejudicam a qualidade de vida e podem ser tratadas com o composto, assim como para os que não progridem utilizando os medicamentos já disponíveis no mercado nacional. 

A autorização para importar RSHO concedida pela Anvisa tem validade de um ano.  A HempMeds™ Brasil oferece apoio personalizado tanto para médicos quanto para pacientes.

Como funciona o tratamento

O primeiro passo é agendar uma consulta médica, com modelos de documentos, bem como dar suporte nas primeiras prescrições de RSHO.

O segundo passo é o cadastramento do paciente na Anvisa.

O terceiro passo é só aguardar a análise do pedido por parte da Anvisa. O tempo depende da agência.

E enfim, o quarto e último passo: aquisição e importação do produto. Com o pedido autorizado o paciente pode efetuar a compra do RSHO, diretamente do site da agência responsável.

O que também nos chamou atenção durante o evento foi a campanha #CDBLegal que defende que o Canabidiol seja regulamentado e tratado como substância natural sob a alegação de que a substância é benéfica à saúde e é proveniente do cânhamo, não da maconha.

Agora, vamos aguardar a decisão das autoridades já que foi mais que comprovado que a cannabis medicinal pode salvar vidas.

Fonte: Hypeness