Após colocar à venda seu portfólio de OTC na América Latina – o que inclui o Brasil – em abril passado, a Takeda anunciou na última terça-feira, 15 de outubro, a venda de um portfólio de aproximadamente 30 medicamentos isentos de prescrição para a farmacêutica suíça Acino. A operação tem um valor estimado de US$ 200 milhões e inclui produtos comercializados nos mercados do Oriente, Oriente Médio e África – o que contempla África do Sul, Arábia Saudita, Egito e Ucrânia. Pelo acordo com a Acino, a Takeda continuará fabricando os produtos até a transação ser concluída entre janeiro e março de 2020.
No Brasil, quatro grupos farmacêuticos ainda estão na disputa pelos OTCs da Takeda – as brasileiras EMS e União Química, a italiana Menarini e a uruguaia Megalabs. O portifólio à venda está avaliado em US$ 1 bilhão e inclui marcas como Neosaldina, Dramin, Eparema e Nebacetin.
Mundialmente, a farmacêutica vem se desfazendo de seus ativos de OTC como parte de uma estratégia de focar nas áreas de negócios essenciais ao seu crescimento em longo prazo e buscar maior rentabilidade após a aquisição, em 2018, da Shire – empresa de biotecnologia focada em doenças raras -, pelo valor de US$ 62 bilhões. A meta da Takeda é arrecadar US$ 10 bilhões com as vendas de ativos de OTC em todo o mundo.
Segundo Ricardo Marek, presidente da unidade de negócios de Crescimento e Mercados Emergentes da Takeda, a venda faz parte da estratégia da empresa em se concentrar em áreas de negócios com crescimento de longo prazo, o que engloba medicamentos de gastroenterologia, doenças raras, terapias derivadas por plasma, oncologia e neurociência. “Estamos comprometidos em acelerar o acesso de produtos inovadores à nossa carteira de medicamentos para atender as necessidades dos pacientes”, afirma Marek.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Takeda no Brasil emitiu o seguinte posicionamento:
“Na última terça-feira, dia 15 de outubro de 2019, a Takeda anunciou que assinou um contrato de venda de produtos em áreas terapêuticas não essenciais em países do Oriente Médio, Oriente Próximo e África (região ICMEA) para a Acino – empresa farmacêutica suíça com matriz em Zurique, como parte de seus esforços contínuos para concentrar suas operações nas cinco principais áreas de negócios que identificou como essenciais para seu crescimento a longo prazo – Gastroenterologia (GI), Doenças Raras, Terapias Derivadas do Plasma, Oncologia e Neurociência.
É importante observar que os países que compõem a ICMEA têm operações independentes do Brasil, e o contrato se refere à venda desses produtos somente para essa região. Também é importante ressaltar que a Takeda se mantém comprometida com o Brasil e que continuará focada em acelerar a entrega de seu portfólio inovador de medicamentos para pacientes em todo o país”
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico