Com pouco menos de um mês de operações, a GSK Consumer Healthcare já traça planos ambiciosos de expansão. A joint venture formada por GSK e Pfizer, focada em produtos de OTC, projeta alcançar R$ 1 bilhão de faturamento ainda no primeiro semestre de 2020 e, até o fim do próximo ano, ultrapassar as fronteiras da América do Sul.
A companhia já conta com volume de exportações para Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, valendo-se da estrutura mantida pela então divisão de consumo da GSK no Brasil. “Mas estudamos estender a abrangência de vendas para o México, o Panamá e também para o mercado caribenho”, pontua Julio Miele, gerente sênior de excelência comercial da empresa (foto). Atualmente, GSK e Pfizer detêm, respectivamente, 68% e 32% do controle acionário da nova companhia.
A fusão amplia o portfólio da GSK no mercado brasileiro com a aquisição das marcas Centrum, Stresstab e Caltrate, e representa também a entrada da companhia no mercado de dor, com o Advil. Cerca de 120 itens são comercializados, incluindo Corega, ENO e Sensodyne.
“Teremos importantes ganhos de eficiência na distribuição, utilizando a fábrica em Jacarepaguá (RJ) e nosso CD em Duque de Caxias (RJ), recém-inaugurado e com capacidade para armazenar 25 mil pallets de produtos. A nova organização nos garantirá uma sólida liderança de mercado, especialmente em produtos de higiene oral e nutrição”, acredita. GSK
Para Fernando Ferreira, especialista em gestão comercial de empresas do canal farma, o posicionamento de mercado sólido da GSK e da Pfizer garantirá sinergia à operação conjunta. Entretanto, ele entende que a concorrência está mais avançada nesse primeiro momento. “As indústrias nacionais já fizeram seu dever de casa e mantêm relações consolidadas com distribuidores e varejistas, o que tornará a disputa mais ferrenha”, comenta. Outro fator é a adesão crescente de grandes redes de farmácias à comercialização de marcas próprias, que pode rivalizar com o portfólio da joint venture.
O consultor alerta para mais um ponto de atenção. “As políticas de compliance dessas companhias multinacionais costumam ser mais rígidas no que diz respeito a campanhas e ações promocionais no ponto de venda. Isso também comprometer uma estratégia de expansão acelerada”, adverte. GSK
Fonte: Panorama Farmacêutico